Que mulher é essa, sempre cheia de certezas, de vontades satisfeitas e de sonhos mutantes que simplesmente se adaptam aos fatos surpreendentes que recheiam sua vida ?
Que mulher é essa, assim calma, serena, segura, de passos firmes e coração leve ?
Que mulher é essa, elevada, simples, complexa, feliz, tão cheia de paz e de luz ?
Que mulher é essa, tão faminta de futuro, tão satisfeita com o presente, tão esquecida do passado e tão lúcida dos seus desafios ?
Que mulher é essa que era cega e agora vê tão claramente, subitamente de forma tão evidente que vida boa é vida simples, sem porquês, sem pesos, sem os duros questionamentos ?
Que mulher é essa, constante, sempre andando em linha reta, voando, flutuando, transitando em uma via de mão única que termina na felicidade plena ?
Que mulher é essa que não tem medo, que mais não oscila entre dias ruins porque não se permite perder um dia sequer desta doce vida que a vida lhe deu ?
Que mulher é essa que sempre se pergunta como chegou até aqui assim tão ilesa e tão modificada, tão vazia porque agora finalmente está tão cheia de si ?
Que mulher é essa que anda, respira, fala, pensa, crê, vive e ama tão naturalmente, tão sutilmente que espalha suas densas gotas de leveza por onde passa ?
Que mulher é essa refletida no meu espelho e que sorrindo satisfeita me pergunta: Que mulher é essa que eu me tornei ?